quarta-feira, 5 de setembro de 2018

No dia do irmão, a lembrança de quem partiu!

Vendo o calendário que marca o Dia do Irmão, fico aqui meditando em tudo que aconteceu recentemente. Na despedida de meu irmão Osmar, padre Toninho, também irmão, dizia em sua oração que a vida nos preenche de vazios. Vazios que se acumulam em nós, de partidas de tantos entes queridos, mas muito mais triste como esta, inesperada, de Osmar. Vimos-nos no aniversário de um aninho de seu neto, Bernardo, conversamos sobre aquilo que nosso pai mais gostava: do nosso Palmeiras. Imaginamos os projetos do time para este ano, falamos sobre o tempo – mais para passar o tempo mesmo – e acabamos lembrando de nossa mãe, que gostava tanto de fazer bolos. E por falar em bolos, chega a hora da grande comemoração de Bernardo, que sorria, parecendo entender tudo o que ali acontecia. Vi Osmar carregando o pequeno neto no colo, depois do corte do bolo. Conversava com ele como que ensinando as coisas do mundo, as coisas da vida e imaginei os dois batendo bola no quintal da casa de Bernardo. Apenas imaginei! Ficou apenas no sonho, na vontade de presenciar tal cena. Ficou apenas num reflexo daquele momento! Não vou ver acontecer porque Osmar fez como nosso pai, Alcindo, que partiu sem se despedir, como dona Angelina, nossa mãe, que passou mal na tarde de um sábado de março e partiu no final da noite ou ainda como a pequena Teresinha que ficou neste mundo 20 dias e partiu sem que a conhecêssemos! Foram também destas partidas, destes vazios que Toninho falou naquela hora, mesmo sem dizer nomes. Foram destes vazios que nos preenchemos com as lembranças boas de cada um que passou por nós. E de Osmar lembrou do tempo do Divino, da Cruzada, dos Marianinhos, dos jogos de botão , do futebol obrigatório, principalmente nas tardes de sábado, no quintal de casa! Foram destes vazios que nos preenchemos com os momentos de ouvir o futebol no rádio, torcendo junto com seu Alcindo pelo mesmo Palmeiras! Foram destes vazios, preenchidos por saudades e lágrimas que os irmãos Ademir, Ana Maria, Toninho, Bertinho e eu, além da esposa Marilene, dos filhos Luciana, Fábio e do genro André - que ele sempre amou como o filho mais novo -, das cunhadas, Rita de Cássia, Jaíde e Cássia, e dos sobrinhos Maria Clara e Tiago, além dos amigos, acompanhamos Osmar que partiu silenciosamente, como os pássaros que no início da noite se recolhem para repousar. E nos aplausos de despedida ficou a certeza de que, ao virar a página desta vida, Osmar encontrou dona Angelina e seu Alcindo e acabou conhecendo Teresinha, nossa irmã mais velha, que agora sabe dele um pouco mais de cada um dos irmãos. Até porque, imagino, dona Angelina e seu Alcindo já deram todos os detalhes dos filhos para ela. É com estas lembranças que preenchemos os vazios que a vida deixa em nós. E são lembranças cheias de vontade de serem revividas, partilhadas, mesmo que seja do outro lado das nuvens, lá no cantinho do céu!