Difícil
falar de pessoas com que tive pouco contato. Mas falar de Guinés Marcos
Pantoja, que conheci no meu tempo de Jornal da Cidade e início de carreira por
volta de 1972 ou 1973, não é tão difícil assim. Até porque este homem, que era
diretor da Câmara Municipal de Jundiaí, era fonte de informação para os
jornalistas. Não me lembro da existência de assessoria de imprensa nesta época,
até porque a profissão não era regulamentada, as faculdades de jornalismo
estavam iniciando seu trabalho e eram poucas as pessoas disponíveis no mercado.
Lembro que na década seguinte, imagino que entre 1984 e 1985, quando trabalhava
já em Campinas que ouvi falar de Wilson Martins que nos tempos que contei no
início deste texto, trabalhava na rádio Difusora, falando de futebol.
Mas se não
havia assessoria, alguém tinha que desempenhar papel parecido e era Guinés
Marcos Pantoja que, um dia antes das sessões, ligava para os jornais e rádios
para passar a pauta da reunião. E sua passagem de pauta exigia, por parte dele,
longos comentários do que iria acontecer. Uma verdadeira aula de política e
jornalismo, mostrando que era um grande conhecedor destes assuntos e, claro, da
importância da notícia para cidade.
E diante
de sua competência e humildade, no dia da publicação ligava agradecendo o
destaque e o repórter o questionava sobre o certo e o errado no texto. Pantoja
agradecia e fazia breve comentário, lembrando que a função do jornalista era
informar e isto estava sendo feito corretamente.
Por conta
de seu trabalho eram poucas as vezes que deixava a Câmara para correr redações,
mas o fazia com prazer e alegria, principalmente quando algum novo vereador
assumiria rapidamente o cargo por conta de licença de alguém. E ele fazia
questão de levar o personagem à redação e contar a novidade. Pantoja não
abandonava o olhar de alegria, o sorriso nos lábios e a certeza de que fazia um
trabalho bem feito.
Falei com
ele três ou quatro vezes pessoalmente. Por telefone foram inúmeras. Afinal,
como disse, ele fazia – e muito bem – seu trabalho na Câmara. E o tratamento, nos encontros, sempre
foi igual: com cordialidade, alegria e humildade. Procurando sempre mostrar a
importância de um trabalho bem feito.
Deixei o Jornal da Cidade em 1977 e soube de sua
aposentadoria um tempo depois. Mudei para Campinas por conta de trabalho, mas sempre
mantive raízes em Jundiaí. E foi na metade de 1990 que tive notícias de que Guinés
Marcos Pantoja não estava mais neste mundo. O diretor da Câmara tinha ido
encontrar vereadores amigos que estavam reunidos no céu...