quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Sol, chuva e lua

Quando caiu a tarde e as primeiras estrelas começaram a ser penduradas no céu pelas mãos divinas, o pequeno Cristiano imaginou que uma legião de anjos auxiliava nesta ação. Eram muitas, eram infinitas, eram incontáveis! Quando percebeu a lua se ajeitando e começou a aparecer grande e brilhante, imaginou que eram os arcanjos e santos que a empurravam para cima. Vermelha, redonda, completa! Cristiano olhava para o céu cheio de felicidade com tanto brilho e tanta luz. As estrelas piscavam para ele, uma a cada centésimo ou milésimo de segundo! Ele não tinha como contar tudo isso. A lua subia devagar em busca do ponto mais alto do céu. Cristiano se deliciava com tanta beleza. Procurava Deus em tudo isso. Sabia que estava ali, mas só via estrelas e lua. Forçava a vista, para saber se estava atrás das estrelas. Mas... e os anjos onde estavam? Sentou-se no beiral da porta, sem tirar os olhos da lua que subia lentamente. Ficou imaginando que um dia poderia estar ali, junto com os anjos, pendurando estrelas no céu. Sorriu com a ideia, pensou em carregar a lua junto com os arcanjos e de repente sentiu um calafrio na espinha, com sua imaginação: E se fosse escalado para fazer o sol subir? Como isso era feito? Se a lua já era pesada, pois demorava muito a subir, imagine o sol que, pelo tamanho e pelo brilho que estendia, deveria pesar não sabe ele quantas vezes mais. Seu pensamento estacionou agora no dia, pensando no trabalho que dava em carregar o sol sem queimar as mãos. E agora sente um outro arrepio e uma dúvida ainda maior: quem transportava as nuvens cheias de água para provocar a chuva? Será que os anjos do sol não brigariam com os da chuva? Quem tinha mais força? Onde Deus “entrava” para levar paz à situação? Pensou em perguntar para sua mãe, mas achou que iria atrapalhar a novela. Imaginou chamar o pai, mas ele estava lendo jornal, seu irmão Ricardo jogava no computador. E teve, enfim, uma ideia brilhante: perguntar a Deus como era tudo isso. Deu um beijo de boa noite na mãe, correu para o quarto e quis dormir, quis sonhar. E sonhou: um coro de anjos cantava para o sol subir. Quando cansavam vinham outros anjos cantar para a lua aparecer e esta legião era menor: tanto que a lua ficava menor, para um grupo descansar e tinha vez que todos descansavam e a lua não aparecia. E quando chovia, o grupo de anjos crescia de acordo com a necessidade de transportar nuvens. E sonhou se imaginando carregando nuvens de chuva no verão, só prá se refrescar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário