quinta-feira, 30 de março de 2017

Amigos não vão embora, ficam no coração!

Picôco Bárbaro era um destes amigos que você encontra sempre em festas. Não por ser um festeiro inveterado, mas porque fazia parte de seu trabalho de colunista social. Desde pequeno já ouvia falar dele. Não porque ele era muito mais velho, mas simplesmente porque estudava com meu irmão no Ginásio Divino Salvador no final dos anos de 1950 e início de 1960. Os dois faziam parte do GEDS – Grêmio Estudantil Divino Salvador – e, para comemorar seu lançamento, foi feita uma flâmula, com o nome de todos os participantes. E bem próximo ao nome de meu irmão Ademir, lá estava Picôco. Sim: naquele tempo Picôco já era Picôco. Aliás, ele sempre foi Picôco! Mas hoje pela manhã, ao abrir o facebook me deparei com uma surpresa: o face me avisava que minha amizade com Picôco completava 6 anos e sugeria um “Feliz aniversário de amizade!” Não sei porque mas neste momento senti que algo havia acontecido e, ao rolar a página do face, a primeira notícia já dizia que o sorriso de Picôco não existia mais, que o “viva a vida”, como ele costumava dizer e que acabou virando livro para imortalizá-lo, não seria mais escrita ou pronunciada por ele, que sua voz, na maioria das vezes rouca, havia silenciado. Passou rapidamente um filme pela minha cabeça para me lembrar de quantas vezes conversei com Picôco. Não foram muitas, mas na primeira metade da década de 1970 um grupo de estudantes e advogados da Ponte São João criaram uma página no Jornal da Cidade e falavam de poesia, de política – com moderação por conta do Regime Militar – e entre os colaboradores da página estavam Norival Roberto Sutti, Yuki e Picôco. Lembro disso porque era eu quem diagramava a página e conversava sempre com eles. Mais de 30 anos depois é que nos vimos de novo e agora com mais frequência. Ele, porque assumia a coluna social do Bom Dia, e eu porque estava no comando do JJ e em eventos profissionais trocávamos apertos de mão. E foi há pouco mais de dois anos que começamos a fazer parte do site Jundiaqui, criado por ele e por Edu Cerioni. Eu era mais um dos colaboradores do site que conquistou a cidade. Num evento social, há algum tempo, trocamos um aperto de mão pela última vez. Antes do aperto de mão, apareceu o sorriso de Picôco, depois veio o abraço e uma frase que me marcou. Picôco me disse “gosto muito do que escreve e do jeito que escreve!” Isso me deixou sem ação, mas tiver força de dizer um “muito obrigado” e retribuir o sorriso! Sei que a partir de agora seu sorriso não vai mais aparecer por aqui, que sua voz não vai mais ecoar nos locais de festa, que seu aperto de mão não vai mais aquecer a do outro. Mas sei que ele não vai desaparecer! Afinal, amigos não morrem, não partem, não se despedem. Amigos fazem morada em nosso coração! Obrigado Picôco por me permitir fazer parte do seu círculo de amizade.

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