sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Reminiscências...

Passei minha infância, adolescência e juventude na região da vila Arens e vila Progresso. Nasci no segundo bairro, mas foi no primeiro que frequentei os primeiros anos escolares e participava de atividades religiosas na igreja de vila Arens, seguindo aquilo que meu pai e minha mãe ensinaram. A escola primária foi o Paulo Mendes Silva, na esquina da avenida Fernando Arens com a General Carneiro. Era comum, na minha rotina, seguir pela avenida São Paulo, subir a General Carneiro até a escola. O retorno era pela Fernando Arens até a Senador Bento Pereira Bueno e chegar em casa. Assim, no meu caminho existia o armazém do Kachan, no início da Rua da Várzea, passava em frente ao campo do Dragão Mecânica, a farmácia São Paulo, de Moacyr de Paula, que foi meu primeiro emprego e seguia, cruzando com as casas do Japy, onde moravam funcionários da mesma fábrica, cujo prédio, hoje, está cai não cai. A Sifco sempre esteve no meu roteiro, inclusive à noite com o martelo batendo todas as horas. Cruzava ainda com a sapataria São Paulo, do Irineu Calegari, os armazéns do Contesini e Ferrazo faziam concorrência dois quarteirões à frente. Uma escadaria tirando espaço de metade da calçada era o acesso a uma pensão na esquina seguinte e, na outra, vinha a farmácia Progresso do senhor Arquimedes, sem esquecer do Clube Ipiranga, que ainda hoje sobrevive no bairro. O prédio da farmácia mudou o visual interno, o dono, mas ocupa, ainda o mesmo espaço, na esquina da rua Moreira César, junto ao Largo da Feira. Nesta rua, até a Frei Caneca existia a oficina de seu Vicente Rossi, o “velho foieiro”, pai do cardeal Rossi. Vizinho havia um açougue e, ao lado, uma papelaria. Claro que não me lembro do nome dos donos destas casas comerciais, mas elas se mantém claras em minha mente, mais de 50 anos depois. Entre a Moreira César e a Igreja de Vila Arens existiu o prédio da antiga loja Tranquilo, substituído pelo prédio onde existe o banco do Brasil. Em frente, onde hoje há o estacionamento do Russi, havia o consultório dentário do doutor Arnaldo Lemos, meu primeiro dentista. Era em frente à igreja que o foto Star fazia sucesso nos dias de batizado e primeiro comunhão. Ao lado, existia o Empório Bizarro, onde minha mãe fazia sua despesa mensal. Um pouco mais abaixo surgia o prédio da Rádio Lux e mais abaixo, a “eterna” bicicletaria do Tico. Onde hoje existe a Caixa Econômica e o Banco Itaú, João Filippini tinha sua loja onde madeira, pregos e parafusos faziam sucesso em vendas. Era na madeireira que eu gostava de passear, de procurar pedaços de caibros ou de vigas e inventar alguma coisa no quintal de minha casa. Coisa de criança, claro! Havia ainda o Cine República, Bebidas Caldas, Ferráspari e do outro lado, a Casa Garcia. Sem esquecer, que em frente ao Filippini, havia o bebedouro onde os cavalos recuperavam suas forças para subir a rua Olavo Guimarães e seguir rumo aos bairros mais distantes do centro. Passou o tempo, a maioria destes comércios desapareceram, mas o filme continua exibindo na memória, cenas de capítulos que não voltam mais no nosso caminhar.

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