terça-feira, 7 de maio de 2013

Velhos tempos

Quando decidimos colocar à venda o imóvel onde moramos depois do falecimento de meu sogro, não esperávamos ver um número tão grande de pessoas procurando ver o mesmo. Mas dia desses me chamou a atenção uma visita diferente: um casal que mora em outra cidade, procurando imóvel, pois pretendia voltar a morar em Jundiaí. Durante a visita a conversa surgiu em torno de família e o homem, após saber meu sobrenome, me questionou se era parente de Ademir. Quando confirmei, me perguntou se eu era Nelson. E pronto: a cabeça começou a voltar no tempo... Como não o reconheci, perguntei por seu nome e ao se identificar como Afonso Maria Pastro, transferi minha memória para cinquenta anos atrás, pelo menos. Em poucas palavras, pois o casal tinha pressa, recordamos os tempos da Cruzada Eucarística, na Vila Arens, onde atuamos juntos. E ele relembrou os tempos dos Marianinhos – chamados pelos jovens rapazes que participavam deste movimento, comandado pelo hoje padre José Brombal e pelo já falecido José Bigardi. Falamos dos Pastros que frequentaram a Cruzada e Afonso se foi à procura de outro imóvel, já que minha casa foi considerada grande de mais para ele e a esposa. Quando o carro deixou o espaço diante de minha casa e desapareceu de minha vista na primeira esquina, busquei na memória a figura do garoto que agora, já com mais de 60 anos, recordara rapidamente pouco tempo de convivência que tivemos no passado. Busquei na minha mente outros rapazes da época – Max Geringher, Roberto Luiz Batista, Roberto Bertolano Domingues, Francisco Zorzi, João Cardoso – e uma infinidade de outros com nomes que já não conseguem mais serem relembrados e garotas como Maria Aparecida Zorzi, Maria Josefina Gaspar, Maria de Lourdes Gaspar, Maria Tereza Gaspar e outras que o tempo apagou seus nomes de minha lembrança. E não esquecendo de Padre Hugo de Souza Ribeiro que comandava rigorosamente as ações de cada cruzado. Alguns sei que já deixaram este mundo, outros que, como Afonso Maria Pastro devem cruzar comigo nas ruas e não nos reconhecermos, mas fica a eterna lembrança de tempos que não voltam, mas que ficam gravados na memória e ressurgem em surpreendentes ações deste mundo de Deus. E como a vida é algo passageiro, a lembrança nos faz viajar e reviver um tempo que não volta mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário