segunda-feira, 7 de abril de 2014

Maria José canta como anjo de Deus (No meu tempo de criança – XXVIII)

A pequena Maria José, nos seus 9 anos de idade, na década de 1960, chegou a se sentir um anjo de Deus! É doce dizer isso para uma menina que, pela primeira vez, foi convidada a cantar no coral da Cruzada Eucarística Infantil de Vila Arens. Claro que já tinha cantado outras vezes no coral, claro também que não fazia uma estreia naquele dia, mas... era uma estreia: os cantores, naquele dia, iam fazer parte do casamento de uma das dirigentes da comunidade e o grupo estaria no coro da igreja, um local visitado por poucos – como hoje ainda é – pois quase ninguém conseguia tocar no órgão ali instalado. Apenas o casal Aureo e Leonor Cardoso e a professora Florisa Volpe. E Maria José nunca tinha estado ali, nunca tinha subido aquelas escadas, por isso a estreia! A emoção chegou junto com o primeiro degrau da escada que leva ao coro. Um frio na barriga ao pisar num lugar tão especial. Imaginem uma menina de nove anos diante daqueles maravilhosos sons emitidos pelo órgão. E foi ali que Maria José visualizou a igreja toda, de um ângulo diferente e isso a fez sentir um “anjo” pairando nas alturas, num canto cheio de sentimento. E a menina se emocionou ao cantar a Ave Maria, viajou para lugares mágicos que ainda hoje existem em seus sonhos de mulher. Eram vozes infantis, repletas de pureza e sensibilidade... E a emoção foi forte num dia desses. Não faz muito, foi nestes primeiros meses do ano. Morando em Porto Alegre há muito tempo, Maria José voltou a Jundiaí para ajudar a cuidar do pai enfermo e ao passar diante da igreja da Vila Arens, sua mente viajou para anos passados. Entrou na igreja, como que atraída por um som diferente. O mesmo som infantil de 40 anos atrás e a emoção tomou conta de sua mente e coração. E foi como se vivesse novamente o mesmo momento mágico que viveu naquele casamento. Uma emoção que a fez cantarolar baixinho, mais uma vez, a Ave Maria... (Uma história de Maria José Brombal Canova. Texto: Nelson Manzatto)

Um comentário:

  1. Que linda história de um anjo. Até hoje ela ainda é esta menina. Não mudou nada em sua essência. Conseguir esta proeza é um segredo que poucos descobrem. Eu tento aprender esta arte com ela. Ou ao menos, capturar esta beleza que ela emana, como energia e esperança no meu dia-a-dia. Parabéns pelo texto, resumindo muito bem esta pequena, mas importante historia de um anjo.

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