quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Alegrias de um novo Natal!

Quando o relógio bateu meia-noite, peguei meu pequeno Tiago nos braços e o levei até a sala. Era seu primeiro Natal com a gente e tinha apenas nove meses de existência. Uma enorme caixa – para o pequeno tamanho dele – o assustou. Mas percebemos, eu e Rita de Cássia – que o susto era de alegria. O sorriso nos lábios e os braços abertos querendo “pular” para o chão e abrir o pacote eram sinais claros de sua felicidade. Pedaços de papel rasgado voaram por todos os lados e ficamos, eu e minha amada, apreciando a alegria deste pequeno ser humano.
A cada pedaço de papel rasgado e jogado longe, ele nos olhava como que interrogando-nos se o que fazia era correto ou não. A alegria em nossos rostos mostrava claramente que deveria continuar o que estava fazendo. Depois de meia dúzia de rasga-rasga, Tiago já percebera o triciclo que aparecia, como num passe de mágica à sua frente. Mágica porque o pacote deixava de existir e era substituído por um brinquedo novo, uma alegria que Tiago sentia e que transferia também para nós. E era uma alegria de todos: dele, pelo presente ganho e de nós, pelo presente que recebemos de Deus nove meses antes.
Papel rasgado, triciclo livre e lá vai Tiago usar pela primeira vez seu brinquedo. A sala seria pequena para suas “pedaladas” que, na verdade, não eram pés no pedal, mas pés no chão e o movimento não era para frente, era para trás. Sem noção exata de para onde ir, o triciclo seguia as orientações do “piloto”. E o “piloto”, com os pés, seguia para trás. As explicações foram rápidas, com a colocação dos pés no pedal e o movimento para frente. A alegria em seu rosto era tanta que sentimos, eu e Rita de Cássia, nossos olhos se umedecerem de felicidade. Sorrimos um para o outro, nos demos as mãos e oramos a Deus a graça recebida. A graça de ter conosco um pequeno anjo de Deus, transformado em ser humano e que modificou para sempre nossas vidas.
As pedaladas e o horário acabaram cansando o pequeno Tiago que foi dominado pelo sono e dormiu nos braços da mãe. Mas a brincadeira seria retomada quando o sol surgia forte e quente do outro lado do mundo. E não percebemos o tempo passar naquele Natal, só acompanhando a alegria do filho.
Já perceberam como um filho transforma a vida das pessoas? Todas as ações são feitas exatamente se pensando nesta nova pessoa: ações que visam, sempre, sua alegria. E a alegria do filho é, também, a felicidade dos pais.
E a alegria deste primeiro Natal em três é revivida a cada ano, sempre se lembrando de agradecer a Deus o complemento maior de uma família. E filho é sempre uma benção de Deus.
Obrigado, meu Deus, por me fazer pai; obrigado, meu Deus, por transformar Rita de Cássia em mãe; obrigado, meu Deus, pela alegria de Tiago ser nosso filho.

4 comentários:

  1. Mais um texto brilhante Nelson! Filho realmente é tudo de bom. Uma dádiva de Deus, que devemos agradecer a cada amanhecer!!!!

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  2. Obrigado Cristiane. Suas palavras me fazem bem

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  3. Texto lindo, professor! Me sensibilizou porque veio a calhar justo num dia em que recebi palavras duras de meu pai... Que Deus proteja todos os pais, mães, filhos e filhas com seu Amor Incondicional!

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  4. Nelson. Foi emocionante ler teu texto. Também fui da Cruzada, a partir de 1964. Lembro-me da adoração nas primeiras quintas-feiras, da Coroação do Sagrado Coração no final de junho, quando íamos vestidas de anjos, do Elcidir Bernussi ( se não for falha da memória) cantando de florista e nós vestidas com vestidos de papel crepom, de ti animando "nossos carnavais' na sala de reuniões.... Foram bons tempos. Agradeço o presente desta memória.
    Não me lembro do Max, mas sim de sua irmã Arlete. Lembro-me que cantamos no casamento de um das Marias que citaste. Quanto à Vitória e o Vicente, são filhos da minha madrinha Sebastiana.
    Abraços,
    Mazé

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