domingo, 23 de junho de 2013

Eu era fã da RJ!

O ano, imagino, seja o início de 1970. E foi um padre, com pouco mais de um metro e meio de altura que assumiu uma revolução na Vila Arens, em Jundiaí. E a revolução envolveu um grupo de jovens que seguiu os caminhos da oração e da canção. E nasceu a Revolução Jovem, a RJ, que citei aqui dia desses. Se o mundo vivia suas guerras e revoluções, Jundiaí ganhava a RJ, comandada pelo padre Victor Silva, um apaixonado pela música e pela oração! E estes jovens passaram, então, a comandar a missa das 9h30, chamada de Missa dos Jovens. Com música, muita música e animação. Jovens subindo e descendo as escadarias principais da igreja da Vila Arens, jovens sorrindo ao se cumprimentar, jovens que lotavam os bancos e participavam da celebração. Na maioria das vezes, acompanhados pelos pais. Meu grupo era formado por crianças e adolescentes, que participava da missa das 7h30, seguida de reunião semanal, terminando exatamente no horário em que começava a missa dos jovens. E sabíamos que nossa reunião deveria terminar, quando o primeiro canto, iniciado pelos violões chamava os jovens à celebração: “Sempre encontrando, sempre encontrando, sempre encontrando nosso irmão...” E o silêncio imperava na igreja para ouvir os jovens cantando... Terminando a reunião das crianças, eu subia os degraus da igreja e me postava na porta da mesma para ver e ouvir os jovens cantores: “Se uma boa amizade você tem, louve a Deus pois a amizade é um bem”. Os violões dos jovens e as vozes afinadas tinham, com certeza, a orientação do Padre Victor. E vinham melodias para provoca emoções: “Para mim a chuva no telhado é cantina de ninar...” ou ainda “fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas...” e até mesmo “Porta Estandarte”, “Fica mal com Deus” ou ainda “Alô, bom dia!” eram algumas das canções que o coral jovem interpretava e os fiéis acompanhavam. O tempo passa, as pessoas se separam, se afastam umas das outras. Algumas nunca mais cruzam pelos nossos caminhos, mas outras se perpetuam em nossas mentes e corações. E no final da década de 1970 me casei, mudei para Campinas e, por sorte do destino, encontrei Padre Victor, comandando a paróquia Divino Salvador, no Cambuí. E foi ali que tive uma convivência maior com ele e aprendi a conhecer a força espiritual deste padre. E sempre que ele chegava ao altar para a celebração, mesmo sem cantar os perfumes das rosas que ficam nas mãos e sem cantiga de ninar, surgia diante de meus olhos o grupo da RJ tocando e cantando a beleza da vida... Pena que ele se foi tão cedo para poder formar o coro dos anjos no céu!

3 comentários:

  1. Sr.Nelson. Sou a nona filha de 11 , da Familia Gut de Jundiaí/ Várzea Paulista. Desde meus 07 anos de idade acompanhei meus irmãos na RJ. O tempo passou e chegou a minha hora de ingressar nesta comunidade que todos esperam ansiosamente chegar à idade para fazer parte. No meu caso mesmo tendo a influencia dos irmãos ainda demorei um pouco para fazer parte. Vivi intensamente todos esses momentos a que se referiu em seu artigo. Hoje os jovens daquela época, nem tão jovens, se reuni em encontros durante o ano , extra oficial, e oficialmente todos os que fizeram parte da Comunidade RJ , é convidado a participar do encontro anual ,que acontece sempre no mês de Julho , com suas famílias ,filhos, netos e com seus pais que acompanhavam nas missas. Estamos no terceiro encontro e nos meses que antecede ao encontro fazemos o ensaio das músicas para no dia cantarolarmos o dia todo. O encontro começa com a missa e depois matamos a saudade de tudo o dia todo. Muito bom viajar no seu artigo e relembrar esses momentos. Um grande abraço. Maria Bernadete Gut Oliveira

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  2. Querido Nelson
    Embora participemos juntos da missa das 7:00h aos domingos na Paróquia São Roque, nunca imaginei que você fosse testemunha da Revolução que o Pe. José Victor da Silva fez em nossas vidas.
    Fiquei muito emocionado com o seu depoimento, especialmente, com o que você conta sobre o Pe. Victor, do qual muito pouco, ou quase nada, se tem registrado. Hoje, ou mais precisamente no próximo dia 20 de julho de 2013, celebramos o nosso 3º Encontro RJ, onde reencontraremos amigos da Comunidade Revolução Jovem e, certamente, estaremos novamente com nosso querido fundador, ao lado de Cristo.
    Em nome de nossa Comunidade gostaria de convidá-lo, e à Rita, a participar conosco deste momento.
    Um forte abraço.

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  3. Agradeço as palavras de Maria Bernadete e de Carlos Cosin, além do convite feito pelo meu amigo de missa dominical. Eu e Rita estaremos presentes, com certeza

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