segunda-feira, 10 de março de 2014

E Angélica sonhava ser bailarina...(No meu tempo de criança – XXIII)

Criança comum é criança comum. Igual a tantas outras, com brincadeiras, sonhos, sonhos e, claro, muitos sonhos! Angélica era assim: uma menina como as outras, brincava de bonecas, de casinha, frequentava a escola... Mas seu interior era cheio de sonhos. Sonhos grandiosos... Sonhos de dança, de ser uma grande bailarina! As aulas de balé não eram simplesmente aulas: eram para ela verdadeiros espetáculos! A menina que sonhava, imaginava-se num grande palco, voando em seus passos e piruetas... Pisava em nuvens quando estava na ponta dos pés, se sentia leve, flutuava... A sala de aula se transformava, o cenário se formava e a menina se sentia como se estivesse no céu, bailando e brilhando. Voando em sua imaginação. Passos leves, pontinhas dos pés... mãos sobre a cabeça... como que... como que tentando voar, bater asas! Tocar o céu com as mãos. E hoje tudo se transformou... O sonho da doce menina de bailar, ficou guardado na memória, na lembrança. Angélica, hoje, deixou o bailar na lembrança. A vida mudou, se transformou. O sonho de menina deixou de existir e sua vida, hoje, é a dedicação ao trabalho, ao cuidar dos enfermos em hospitais... E quando o dia passa e a noite chega, a memória de Angélica, hoje, viaja para o passado, para os tempos de criança e lhe surge o sentimento de felicidade e sua mente brinca e sonha e o traje do bailado lhe vem à memória, o sorriso de criança surge em seu rosto, e o palco se enche de luzes, a plateia silencia, a orquestra inicia os acordes e a menina baila, flutua, busca o céu com as mãos no doce passo, no caminhar seguro para a felicidade. E a menina que sonhava ser bailarina esquece o dia, o trabalho e sorri segura de que o bailado em sua mente é a certeza de um tempo que não volta mais, mas permanece doce e suave em sua memória!(Uma história de Angélica Barboza. Texto: Nelson Manzatto)

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