sexta-feira, 16 de maio de 2014

O “batizado” das bonecas da Rita (No meu tempo de criança XXXII)

Tardes de domingo de Rita de Cássia, na década de 1960, eram em família, mas tem uma especial que marca e deixa uma saudade. Foi assim naquele dia quando ela e sua irmã, Márcia, pegaram suas bonecas, tomaram a mãe Graciosa pelo braço e seguiram para a casa da Tia Cida preparar o momento especial. E este momento era o “batizado” das bonecas. A tia Cida, toda alegre, proporcionou a festa com muita guloseima, envolvendo lanchinhos de pão Pulmann e muito, mas muito brigadeiro, sem esquecer o tradicional bolo de batizado. As duas irmãs deram banho, pentearam e arrumaram suas bonecas que, apesar de simples, ficaram lindas com roupinhas que mãe Graciosa e as tias Cida e Gina prepararam. Duas bonecas em especial eram novas e tinham nomes: Jaqueline da Rita e Monique de Márcia. A espera ansiosa pela irmã mais velha, Virgínia, que morava em São Paulo, não foi tão longa. E ela chegou com o marido, Décio, que seria o “padre” na cerimônia de batizado. Uma capa preta de chuva serviu de batina e um livro antigo de orações completou a indumentária para a celebração. No quintal, ao lado do tanque, foi colocada uma mesa com as guloseimas e aconteceu o “batizado” de cada uma das bonecas. Madrinhas escolhidas com carinho: tia Gina, tia Cida, a irmã Virgínia, a mãe Graciosa além de Márcia e da própria Rita. O “padre” Décio, com aquela voz de locutor de rádio, parecia mesmo um religioso, falando em latim e brincando ao jogar água na cabeça das bonecas, dizendo a frase “eu te batizo...” Uma diversão inesquecível, com muita alegria e os olhos de Rita voltados para as bonecas batizadas e, claro, para os docinhos feitos com tanto carinho pela tia Cida. Sem dúvida uma tarde de domingo cheia de doces recordações e o coração de Rita, hoje, relembra, com saudade as tias inesquecíveis e que lhe proporcionaram sempre bons momentos, que até hoje vive agradecendo. O agradecimento ocorre numa comida diferente que faz, com receitas de tia Cida, ou até mesmo nos momentos de lembranças de família quando tia Gina aparece, trazendo pão com mortadela e turbaina. Estas mulheres estão sempre presentes na vida de Rita de Cássia e ela, cheia de saudade, não esquece de dizer... “obrigado tias queridas”. (Uma história de Rita de Cássia Crivelaro Manzatto. Texto: Nelson Manzatto)

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