sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Cumplicidade

Depois que padre Hugo decidiu alterar o nome de Cruzada Eucarística Infantil para Juventude Cristã em Marcha, nos primeiros anos da década de 1970, o número de jovens cresceu assustadoramente. Se o nome era infantil, era claro que permaneciam ali crianças apenas. Alguns que ali ficavam com idade superior a 14 anos, acabavam se tornando dirigentes e este era meu caso. Mas não eram apenas crianças que permaneciam, houve uma procura muito grande de jovens que ali se abrigavam em busca da palavra de Deus, com seus 15, 16, 17 anos. E foi na segunda metade desta década que conheci Rita de Cássia, hoje minha esposa com quem estou casado há 35 anos. Foi levada ao grupo, convidada pela amiga Maria Cristina. E diria que passamos um ano nos paquerando. Eu como dirigente e ela como mais uma integrante da Juventude Cristã em Marcha. E nas missas dominicais em que o grupo dirigia, eu era um dos comentaristas: fazia introdução à celebração, às leituras, pedia para os fiéis se ajoelharem, se levantarem ou se darem as mãos no Pai Nosso. E era na hora do Pai Nosso que a procurava. O grupo de jovens estava no altar, formando o coral e onde estavam também os leitores. No microfone eu pedia a todos: “Vamos dar as mãos para rezar o Pai Nosso”. Quando o padre fazia a introdução da oração, eu dava um passo para trás para me juntar ao grupo e uma de minhas mãos buscavam uma dela, acompanhando meus olhos que a procuravam. E rezávamos juntos. De mãos dadas! Foram muitos domingos assim... Isso foi até iniciarmos os pouco mais de três anos de namoro. A partir de então, não havia esta busca disfarçada, mas sim uma procura segura, consciente. Já no início do namoro, revelei a ela este segredo: o de procurar por ela para segurar sua mão. Ela se revelou cúmplice: fazia igual!

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