Conheci Padre Silva quando ainda era Vitor no final da
década de 1960, na paróquia de Vila Arens, em Jundiaí, onde ele criou a
Revolução Jovem, a conhecida RJ. Conheci, mas não tinha contato com ele, já que
participava de outro movimento religioso e os horários das nossas missas eram
diferentes. Enquanto a minha era às 7h30 a dele era duas horas depois, o que
significava que a gente nem na sacristia se cruzava. Mas o via celebrando quase
todo domingo. Celebrando e cantando, que era o ele gostava de fazer. E fazia
muito bem, exigindo o máximo do grupo de jovens, principalmente na hora de
cantar.
Baixa estatura, mas austero, rigoroso. Mas isso tudo era uma
“casca”, pois a doçura de seu jeito de ser fazia com que todos esquecessem este
rigor. Rigor porque queria a missa sempre bem celebrada por todos, com boas
leituras e cânticos muito bem afinados pelo coral dos jovens que existe até
hoje. Claro que não mais jovens porque a idade nos faz mudar da juventude para
a vida adulta. Mas a força deste padre faz com que estes agora senhores
continuem a se encontrar sempre.
Recordo vagamente de sua ordenação, na mesma década de 1960
quando seis ou sete diáconos mudavam de fase e se ordenavam padre. Isso no
seminário Salvatoriano, em Várzea Paulista. Mas como toda congregação
religiosa, Padre Vitor acabou sendo transferido, a igreja liberou o nome
assumido na ordenação e ele deixou de ser Vitor para ser Padre José Silva, seu
nome de batismo. Silva ficou sendo mais fácil para todos e fui reencontrá-lo na
Paróquia Divino Salvador, em Campinas, já na década de 1980, quando minha
profissão me fez mudar de cidade. Assumi, eu, minha esposa e mais um outro
casal, um grupo de adolescente nesta paróquia e padre Silva passava muitas
vezes pela sala de reuniões, pelo menos para lembrar que no final da tarde –
isso no sábado – era fundamental todos participarem da missa. E o grupo o fazia
com muita alegria.
O agora Padre Silva comandava tudo na paróquia: as missas,
os casais, os movimentos religiosos e o coral, claro. Estava envolvido também
com o coral da Unicamp. Na paróquia, sempre, ao final das missas, os frequentadores
passavam pelo salão ao lado da igreja para saborear um café, comer uma bolacha
ou um pedaço de bolo e conversar com este padre que não se cansava nunca. Era
comum, também, ver jovens de Jundiaí que pertenceram à RJ participando das
missas em Campinas. Não tinha como não conviver com este padre, apaixonado pelo
que fazia.
Mudamos de bairro, de paróquia, perdemos contato com ele,
ficamos sabendo de sua doença repentina e de sua partida prematura. Tenho
contato com muitos participantes da Revolução Jovem. E toda reunião, todo
encontro quer seja um ensaio ou uma confraternização o nome do Padre Vitor é
lembrando. Sempre com muita emoção e saudade por todos!
Era o Padre Victor do Divino Salvador? Aquele que ensaiava as fanfarras e era "jovial", e se comunicava bem com jovens? Esse a quem me refiro, colocava nos autofalantes da escola, Abbey Road ,, durante o intervalo e na primeira semana de aula, ele saudava os alunos com Juice Newton - Angel Of The Morning. MÃÃSSS... :-) Era severo quando as coisas não seguiam as regras estabelecidas.... Ui... qtos crocks, mas não eram nos pés, eram na cabeça :-) Saudades, sim.
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