Objetivo do padre Hugo que dirigia a Cruzada Eucarística
Infantil, na paróquia de Vila Arens, no final da década de 1950 e todos os anos
da década 1960 era divertir as crianças enquanto os salões ficavam cheios de
foliões nos dias de Carnaval. E padre Hugo fazia tudo com alegria e isso
proporcionava vibração das crianças. A ação criada pelo padre ocorria no
domingo e na terça, dias em que as matinês nos clubes chamavam pelas crianças
para “pularem” o Carnaval. E no domingo, o padre reunia os cruzados após a
missa das 7h30 e criava brincadeiras até por volta das 10 horas. Retornávamos
às 14 horas, exatamente no horário que começavam as matines nos clubes e ali
ficávamos até as 17 horas. Para ninguém chegar em casa quando a noite já tinha
chegado!
Muitos clubes próximos à igreja da Vila Arens proporcionavam
carnaval para as crianças no domingo e terça-feira de Carnaval: Ipiranga,
Banda, Nacional, além do Primavera, na Vila Progresso, bem perto de onde eu
morava. Mas lá íamos brincar nos salões da igreja! Padre Hugo era bem prevenido:
tinha uma infinidade de jogos infantis: dominó, tômbola, damas, trilha, ludo.
Jogos que não existem mais hoje e uma biblioteca com mais de cem livros, a
maioria vida de santos e outros com muitas ilustrações para “chamar a atenção”
da criançada. Lanche às 15 horas com muita fruta e Ki suco para dar mais
alegria a todos.
Claro que não faltava um pouco de oração e ensinamentos. Mas
padre Hugo sabia dosar as coisas e a brincadeira dominava a tarde. Nossa sala
principal era em frente ao coreto, na praça da igreja. Mas ela percorria
praticamente todo o porão. Nesta sala ocorriam as reuniões gerais, uma porta
nos levava até a biblioteca e mais duas salas menores onde ocorriam as aulas de
evangelização de acordo com a idade ou tempo de cruzada.
Acho que é por tudo isso que o Carnaval nunca me chamou a
atenção. Minha primeira ida a um salão de baile de Carnaval ocorreu quando
trabalhava na Rádio Santos Dumont. Domingo de Carnaval chego para trabalhar, na
espera de ficar no plantão, no estúdio, quando sou chamado a acompanhar Gilson
Lino à matinê no Grêmio. E lá fui eu entrevistar crianças nos intervalos. “Olha
a cabeleira do Zezé”, “Cidade Maravilhosa” e “Coração Corintiano” eram as
principais atrações. Abrilhantando a festa estava a Orquestra City Swing.
Nelson Bom dia. Conheci e vivi com a companhia desse grande sacerdote, o Padre Hugo, fui coroinha, um tanto levado, passei por dois ou três desses carnavais, mas burlava o padre ia ver o desfile à noite. Tempo muito bom, parabéns remocei 50 anos. Muito obrigado. Mércio de Oliveira, um velho amigo.
ResponderExcluirGrande amigo Mércio! Obrigado pela leitura e por vir aqui sempre que pode. Abraço
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