segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O Carnaval da minha infância

Objetivo do padre Hugo que dirigia a Cruzada Eucarística Infantil, na paróquia de Vila Arens, no final da década de 1950 e todos os anos da década 1960 era divertir as crianças enquanto os salões ficavam cheios de foliões nos dias de Carnaval. E padre Hugo fazia tudo com alegria e isso proporcionava vibração das crianças. A ação criada pelo padre ocorria no domingo e na terça, dias em que as matinês nos clubes chamavam pelas crianças para “pularem” o Carnaval. E no domingo, o padre reunia os cruzados após a missa das 7h30 e criava brincadeiras até por volta das 10 horas. Retornávamos às 14 horas, exatamente no horário que começavam as matines nos clubes e ali ficávamos até as 17 horas. Para ninguém chegar em casa quando a noite já tinha chegado!
Muitos clubes próximos à igreja da Vila Arens proporcionavam carnaval para as crianças no domingo e terça-feira de Carnaval: Ipiranga, Banda, Nacional, além do Primavera, na Vila Progresso, bem perto de onde eu morava. Mas lá íamos brincar nos salões da igreja! Padre Hugo era bem prevenido: tinha uma infinidade de jogos infantis: dominó, tômbola, damas, trilha, ludo. Jogos que não existem mais hoje e uma biblioteca com mais de cem livros, a maioria vida de santos e outros com muitas ilustrações para “chamar a atenção” da criançada. Lanche às 15 horas com muita fruta e Ki suco para dar mais alegria a todos.
Claro que não faltava um pouco de oração e ensinamentos. Mas padre Hugo sabia dosar as coisas e a brincadeira dominava a tarde. Nossa sala principal era em frente ao coreto, na praça da igreja. Mas ela percorria praticamente todo o porão. Nesta sala ocorriam as reuniões gerais, uma porta nos levava até a biblioteca e mais duas salas menores onde ocorriam as aulas de evangelização de acordo com a idade ou tempo de cruzada.
Acho que é por tudo isso que o Carnaval nunca me chamou a atenção. Minha primeira ida a um salão de baile de Carnaval ocorreu quando trabalhava na Rádio Santos Dumont. Domingo de Carnaval chego para trabalhar, na espera de ficar no plantão, no estúdio, quando sou chamado a acompanhar Gilson Lino à matinê no Grêmio. E lá fui eu entrevistar crianças nos intervalos. “Olha a cabeleira do Zezé”, “Cidade Maravilhosa” e “Coração Corintiano” eram as principais atrações. Abrilhantando a festa estava a Orquestra City Swing.

2 comentários:

  1. Nelson Bom dia. Conheci e vivi com a companhia desse grande sacerdote, o Padre Hugo, fui coroinha, um tanto levado, passei por dois ou três desses carnavais, mas burlava o padre ia ver o desfile à noite. Tempo muito bom, parabéns remocei 50 anos. Muito obrigado. Mércio de Oliveira, um velho amigo.

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  2. Grande amigo Mércio! Obrigado pela leitura e por vir aqui sempre que pode. Abraço

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