quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O doce cantar de Suely (No meu tempo de criança – XIX)

Era um biquíni de bolinha amarelinha, tão pequenininho mal cabia na Ana Maria...” Esse era um dos trechos de uma das músicas que Suely, nos seus doces cinco anos de idade e com sua pronúncia de criança feliz, cantava no microfone da rádio Santos Dumont que, na década de 1960 tinha seu auditório na rua Barão de Jundiaí, bem em frente à rua Coronel Leme da Fonseca, onde hoje existe uma das lojas das Casas Bahia. E isso acontecia com frequencia: todo domingo lá estava ela, acompanhada pelo pai, Francisco Padovan que sentia orgulho ao ver e ouvir a filha cantando. Havia muitos programas de auditório na Santos Dumont. Muitos deles, na linha sertaneja, mas o destaque era nas manhãs de domingo, com o programa infantil. E Suely achava o máximo ser aplaudida pela plateia. O sorriso de Suely motivava a plateia que muitas vezes cantava junto, mas o refrão, e não importava qual música era, ou o “biquíni amarelinho” ou uma na linha infantil, principalmente do palhaço Carequinha, era sempre por conta dela. Mesmo que comendo letras ou palavras ou pronunciando palavra que não dava para entender. E hoje, mais de cinquenta anos depois, quando vai ao Centro e passa diante da loja, ela para, não para conferir preços e produtos, mas sua mente, seu coração, seus ouvidos retornam no tempo do auditório, da cadeira, do microfone e de seu corpo franzino, e tudo isso faz ecoar ainda hoje... “biquíni de bolinha amarelinha que na palma da mão se escondia...” (Uma história de Suely Padovan. Texto: Nelson Manzatto)

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