quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

E Silvia não chegou ao Japão... (No meu tempo de criança - XVII)

Não tem como ficar analisando cabeça de criança, tentando descobrir o que se passa por ela e muito menos o que se pretende conseguir. Imaginação de criança é algo que nem ela sabe explicar. E Silvia gostava muito de desenhar, escrever e brincar. O quintal de sua casa, que era grande, quase uma chácara, era seu local preferido. E todo dia lá estava ela: chegava da escola, almoçava e ia para o quintal, cheio de árvores frutíferas, criação de aves e muito, muito espaço... Tudo isso nos seus doces nove anos de idade! E como sempre tem um belo dia na vida de todo mundo, Silvia ficou sabendo que o Japão ficava lá... do outro lado do mundo! E sua curiosidade a fez imaginar como seria este país, “bem atrás de onde ela estava!” E se tem um belo dia, depois dele vem outro e, apesar da rotina, a mente de Silvia já estava no Japão. E como mente de criança não fica parada, decidiu cavar um buraco e, assim, ver o país que sonhava. Com uma ferramenta de seu pai, uma alavanca no formato e tamanho de um cabo de vassoura, mas com pontas bem trabalhadas. E no quintal, num ponto escolhido por ela iniciou seu trabalho. O buraco não tinha mais do que 15 centímetros de diâmetro e cava, cava, cava... Ao final do dia, a terra que era retirada, voltava para o buraco. E era assim todo dia: agora a terra retirada, e cava, cava, cava e no final do dia a terra solta voltava para o buraco. E se teve um dia tão belo, veio um não tão belo assim... Foi quando ela não conseguiu mais alcançar o fundo da cova para retirar a terra. E neste dia, com ar de tristeza e dor no coração, Silvia desistiu de cavar a abertura na terra para alcançar o Japão... (Uma história de Silvia Siebert Vives, texto: Nelson Manzatto)

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